15 de Março, 2024 gcoelho

Jovens licenciados lideram crédito habitação: o perfil de quem compra casa

Maioria das pessoas que pedem empréstimos têm entre 18 e 40 anos, ensino superior e trabalham por conta de outrem, diz BdP.

Jovens a contratar crédito habitação
Foto de Gustavo Fring no Pexels

Hoje, contratar crédito habitação está mais difícil do que no passado, dado os altos juros e preços das casas, a par dos baixos salários. E a verdade é que a conjugação destes fatores acabou por contrair a procura de crédito habitação em 2023. Mas afinal quem é que avançou com a compra de casa financiada pela banca durante o ano passado? Foram, sobretudo, jovens licenciados que trabalhavam por conta de outrem, revela o Banco de Portugal (BdP).

Na caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram crédito junto das instituições financeiras residentes em 2023, o BdP confirma que houve menos famílias a avançar com empréstimos a habitação. “Em 2023, 117 mil pessoas contraíram um crédito habitação própria permanente, menos 30 mil do que em 2022”, lê-se na nota de imprensa publicada esta quinta-feira, dia 14 de março.

Mas qual é o perfil de quem compra casa em Portugal? A grande maioria foram portugueses (91%). E cerca de 61% das 117 mil pessoas eram jovens, com idades entre os 18 e os 40 anos. A maioria trabalhava por conta de outrem (80%) e tinha um nível de escolaridade superior (55%).  O que também salta à vista é que metade residia nas regiões da Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto e Península de Setúbal.

Os dados do BdP revelam que metade dos novos créditos à habitação própria permanente em 2023 tinha valor igual ou inferior a 117 mil euros, em termos medianos. Este é um valor ligeiramente inferior ao apurado no ano passado (120 mil euros).  De notar ainda que 70% dos empréstimos para aquisição de habitação própria e permanente foram inferiores a 150 mil euros e apenas 4% superaram os 300 mil euros.

Estrangeiros de olho no crédito para comprar casas de férias ou para arrendar

O regulador europeu também analisou o perfil sociodemográfico de quem pediu crédito habitação para outros fins, como “aquisição, construção ou realização de obras em casas secundárias ou para arrendamento, bem como para aquisição de terrenos para construção de habitação”, explica o BdP.

O que salta à vista é que foram assinados 15.508 contratos deste tipo em 2023, menos 695 face ao ano anterior. Mas o valor mediano pedido aumentou para 101 mil euros (cerca de 9,7 mil euros em 2022), revelam os dados.

Aqui, os estrangeiros estiveram bem ativos. “Do total de devedores de outro crédito à habitação contratado em 2023, 26% eram estrangeiros, maioritariamente originários de Angola, do Brasil, dos EUA e do Reino Unido. Em 2021, esta percentagem tinha sido de 17%”, indica o BdP.

Também 40% do montante total do outro crédito habitação foi concedido a estrangeiros. E analisando por região, esta proporção foi de 71% no Algarve, 47% na Grande Lisboa e 32% na Área Metropolitana do Porto.

 

Fonte: Idealista/news