13 de Novembro, 2023 gcoelho

Juros do BCE em 4% ajudam a controlar inflação – descida é “prematura”

Manter os juros nos atuais níveis restritivos dará uma “contribuição significativa” para descer a inflação, diz Lagarde.
Juros do BCE
Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, e Christine Lagarde, presidente do BCEGetty images

Na sua última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as suas três taxas de juro diretoras inalteradas no patamar dos 4%. E, agora, Christine Lagarde, presidente do BCE, diz que manter as taxas de juro no atual nível de restrição “dará uma contribuição significativa para trazer a inflação de volta à nossa meta de 2%”. Mas não descarta novos aumentos dos juros no futuro, tendo em conta as pressões vindas do Médio Oriente sob os preços do petróleo. O que é certo, para já, é que é “claramente prematuro” falar em reduzir os juros diretores, segundo disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.

A inflação na Zona Euro caiu para 2,9% em outubro, a variação mais baixa dos últimos dois anos, estando assim mais perto do objetivo de inflação do BCE no médio prazo que é chegar aos 2%. “O nível [de taxas de juro] em que estamos neste momento, se o sustentarmos por tempo suficiente (…) dará uma contribuição significativa para trazer a inflação de volta à nossa meta de 2%”, disse Christine Lagarde esta sexta-feira, dia 10 de novembro, citada pela Bloomberg.

“Se surgirem grandes choques, dependendo da sua natureza, teremos de rever a política monetária”, avisa Lagarde

Um dos cenários desenhados pela líder do regulador europeu passa por manter a taxa de depósito em 4%, pois “deveria ser suficiente para controlar a inflação”. Mas a autoridade monetária pode ainda considerar aumentar novamente os custos dos empréstimos, se for necessário, referiu ainda.

Com olhar atento sobre os atuais conflitos armados, Christine Lagarde deixou também um aviso: “Se surgirem grandes choques, dependendo da sua natureza, teremos de rever a política monetária”. Um dos riscos apontados trata-se precisamente da possibilidade de o conflito no Médio Oriente escalar, aumentando o preço do petróleo e ameaçando a descida da inflação. “Temos que monitorizar realmente o preço da energia daqui para frente”, disse Lagarde, não considerando que a inflação a 2,9% seja garantida por muito tempo.

É “claramente prematuro” falar em redução dos juros do BCE

O que parece que é certo é que as taxas de juro diretoras não vão descer tão cedo. O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que é “claramente prematuro” falar neste momento numa redução das taxas de juro devido aos riscos que seguem a inflação”. O seu discurso vai ao encontro do que disse Lagarde no final da reunião de política monetária de dia 26 de outubro.

“Veremos como tudo evolui mês a mês, mas o nosso foco agora é manter as taxas de juro neste nível durante tempo que for necessário para atingir o nosso objetivo [inflação a 2%]”, esclareceu Luis de Guindos em entrevista ao jornal esloveno ‘Finance’

“Continuaremos a adotar uma abordagem baseada em dados, reunião por reunião, para as decisões sobre taxas de juros”, reiterou Luis Guindos,

A evolução da inflação na Zona Euro tem sido “globalmente positiva” depois de ter caído de 10% há um ano para 2,9% atualmente, indicou o vice-presidente do BCE. Ao mesmo tempo, a inflação subjacente também tem registado uma moderação. Mas Luis de Guindos – à semelhança de Lagarde – lembrou que devemos ser “prudentes e cautelosos”, uma vez que existem alguns riscos quanto às expectativas de inflação para os próximos meses.

Fonte: Idealista/News