Entre março e maio volume de vendas de habitação em Portugal aumentou, interrompendo o ciclo de descida iniciado no quarto trimestre de 2021, revela esta terça-feira a Confidencial Imobiliário
FOTO josé fernandes
A compra de casas aumentou mais de 6% entre março e maio face aos três meses anteriores, para um total de cerca de 33.800 fogos, revela esta terça-feira a Confidencial Imobiliário (CI). O volume estimado de vendas inverteu a trajetória de declínio que ainda se fazia sentir entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, quando foram vendidos 31.800 fogos no país.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, lembra que depois do pico de 43.600 casas vendidas no último trimestre de 2021, o volume de vendas de habitação foi-se reduzindo progressivamente, sendo a única exceção a variação nula registada no segundo trimestre de 2022. A quebra mais acentuada (de -9,1%) ocorreu nos primeiros três meses de 2022, com 33.100 unidades vendidas.
“Além das vendas, o mercado está a segurar a dinâmica positiva em termos de valorização, apesar da desaceleração de preços recentes”, diz Ricardo Guimarães, referindo-se aos últimos dados disponíveis, que dão conta de que em maio os preços de venda das casas em Portugal apresentaram uma variação mensal de 0,6% e homóloga de 14,1%.
Essa evolução mantém a trajetória de subida, embora a um ritmo muito mais lento do que no início do ano, acrescenta. “No acumulado de março a maio de 2023, as casas em Portugal foram vendidas por um preço médio de 2130 euros por metro quadrado, traduzindo-se num preço médio por fogo de 220.947 euros”, segundo os dados do SIR – Sistema de Informação Residencial.
Esta evolução, para Ricardo Guimarães, abre a perspectiva de que “o mercado não vai desvalorizar”, ao contrário das expectativas de alguns especialistas no final do ano passado.
VENDAS 22% ABAIXO DO PICO DE MERCADO
“Apesar de a atividade mais recente continuar 22% abaixo do pico de mercado e de se tratar de um aumento não muito expressivo, há efetivamente um sinal de estabilização do mercado, travando o ciclo de perda observado no último ano, traduzido em reduções trimestrais consecutivas no número de vendas”, acrescenta Ricardo Guimarães.
Para o diretor da CI, o desempenho económico tem sucessivamente superado as expectativas e, apesar do aumento dos juros, a inflação está em trajetória de descida. “Até ao presente não se verificaram descidas de preços na habitação, pelo que esta recuperação nas vendas sugere a reativação de alguma procura que se encontrava expectante e que ter-se-á adaptado às novas condições de mercado a nível de financiamento”, conclui.
Fonte: Expresso