13 de Abril, 2023 Lucas Lopes

Estrangeiros de 78 países compraram 894,3 milhões em habitação na ARU de Lisboa em 2022

Em 2022, compradores oriundos de 78 nacionalidades internacionais adquiriram 1.655 casas na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, num investimento que ascendeu a 894,3 milhões de euros.

No ano passado, os estrangeiros investiram, em média, 540,4 mil euros por operação. Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário para transações de habitação concretizadas por particulares na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa.

O montante investido fica 7% abaixo dos 957,5 milhões de euros registados em 2021 e em número de imóveis a quebra é de 10%, comprando com as 1.845 habitações adquiridas no ano anterior. Também em número de nacionalidades compradoras, a diferença é pouco expressiva, contabilizando-se 86 países ativos em 2021. Já o ticket médio de investimento registado em 2022 fica 4% acima dos €519,5 mil contabilizados em 2021, dando continuidade à trajetória ininterrupta de crescimento do valor investido que se observa desde 2016. Relembre-se que 2021 foi o melhor ano de investimento internacional em habitação na ARU de Lisboa em montante, operações e nacionalidades, refletindo um segundo semestre atípico, em que um investimento recorde de 592,5 milhões de euros terá refletido a reação antecipada dos compradores às alterações então anunciadas para os critérios de elegibilidade dos vistos gold, que entrariam em vigor a partir de janeiro de 2022 deixando de abranger Lisboa.

“Os níveis de actividade, em termos de montante investido, imóveis adquiridos e nacionalidades activas, ficam pouco abaixo de 2021, sendo que este último foi um ano recorde influenciado por um contexto de corrida às aquisições para obtenção dos vistos gold, cujas regras seriam alteradas. Deduzindo este efeito, vemos em 2022 uma actividade em níveis superiores a qualquer um dos anos anteriores, o que significa que o interesse internacional não se dissipou depois de Lisboa deixar de ser elegível para os vistos gold”, comenta Ricardo Guimarães, Director da Confidencial Imobiliário.  E acrescenta: “Isso é visível pela manutenção dos elevados níveis de atividade e da diversidade das nacionalidades ativas, mas também pelo facto de o ticket de investimento internacional ter aumentado, a par da maior dispersão geográfica do investimento, com bastantes mais freguesias fora do centro a captarem o interesse dos estrangeiros”.

Freguesias

Santo António (€138,0 milhões), Estrela (€135,3 milhões), Arroios (€97,9 milhões), Misericórdia (€89,3 milhões), Avenidas Novas (€78,1 milhões) e Santa Maria Maior (€76,5 milhões) continuam a ser os alvos preferenciais dos estrangeiros, com quotas de 15% a 9% do investimento estrangeiro em montante em 2022. Contudo, há um claro aumento do interesse por várias freguesias do eixo ocidental como Belém, Ajuda e Alcântara, e outras do eixo oriental, casos de Marvila, Beato e Olivais. Foi nestas freguesias que o investimento estrangeiro mais cresceu, reforçando a quota destes territórios no mapa das compras internacionais de Lisboa (quase todas concentram agora 2% a 4% do investimento em habitação por estrangeiros).

Nacionalidades

Em 2022 contabilizaram-se compradores de habitação oriundos de 78 países na ARU de Lisboa. Tal como tem acontecido desde 2018, o top 5 continuou a ser integrado por franceses (1º), norte-americanos (2º), chineses (3º), britânicos(4º) e brasileiros (5º), que, em conjunto, fizeram quase 60% do investimento internacional. São os brasileiros quem mais investe por operação, com um ticket médio de investimento de quase €700,0 mil, enquanto os franceses investiram, em média, €625,9 mil por transação. Norte-americanos, chineses e britânicos apresentaram tickets de investimento no patamar dos €500,0 mil.

 

Fonte: Blog CENTURY 21 Portugal