23 de Dezembro, 2022 Lucas Lopes

Rendas das casas subiram 7,6% no verão – mas há menos 5,5% contratos

Casas para arrendar ficaram 25,5% mais caras em Barcelos, 20,2% no Funchal e 20% em Cascais. Já em Famalicão as rendas desceram.

A flexibilidade que o mercado de arrendamento apresenta continua a atrair famílias para viver: no terceiro trimestre de 2022 foram assinados 22.138 novos contratos de arrendamento em Portugal, mais 2,1% face ao trimestre anterior, mas menos 5,5% face ao mesmo período do ano passado. Quem procura uma casa para arrendar num contexto de alta inflação depara-se com uma realidade: as rendas das habitações estão a ficar mais caras mês após mês. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira publicados mostram que a renda mediana dos novos contratos chegou aos 6,55 euros por metro quadrado (euros/m2) no verão, um valor 7,6% superior ao registado no verão de 2021.

Os dados provisórios do gabinete nacional de estatística indicam que, “no terceiro trimestre de 2022 a renda mediana dos 22.138 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 6,55 euros/m2, valor igual ao registado no trimestre anterior”. Isto quer dizer que uma família que pretende arrendar uma casa de 100 metros quadrados (m2) no nosso país paga, em termos medianos, 655 euros por mês.

Ao longo de 2022, as rendas das casas no nosso país têm ficado mais caras face ao ano passado. E no verão de 2022 o mesmo se verificou: a renda mediana é 7,6% superior à registada no terceiro trimestre de 2021, de 6,09 euros/m2. O maior aumento homólogo das rendas este ano foi até agora registado no segundo trimestre, de 8,6%, mostra o boletim publicado esta quinta-feira, dia 22 de dezembro.

As rendas medianas das casas são calculadas pelo INE partindo dos novos contratos de arrendamento celebrados num determinado período. E, sobre este ponto, o instituto revela que foram assinados no verão de 2022 um total de 22.138 novos contratos, menos 5,5% do que os celebrados no mesmo trimestre de 2021. Houve, contudo, um aumento de 5,4% face ao segundo trimestre de 2022, destaca ainda.

A verdade é que houve menos famílias a arrendar casas em 10 das 25 sub-regiões do país no verão de 2022 face à mesmo período do ano passado. Entre os territórios em que se registaram as maiores reduções de contratos de arrendamento está a Região Autónoma dos Açores (­16,4%), o Alentejo Litoral (­11,8%) e o Algarve (­11,6%). Mas também houve sub-regiões que, pelo contrário, viram o número de contratos subir, como as Terras de Trás-os-­Montes (+25,6%), Beira Baixa (+21,5%) e Tâmega e Sousa (+12,0%). Já relativamente ao trimestre anterior, 20 sub-regiões registaram um aumento do número de novos contratos de arrendamento.

Em que regiões é que as rendas das casas mais subiram? E desceram?

As rendas das casas subiram em quase todas as sub-regiões do país entre o terceiro trimestre de 2022 e o período homólogo. Foram as regiões do Alentejo Litoral (+32,5%) e do Alto Alentejo (+25,8%) que registaram os maiores crescimentos homólogos dos preços das casas para arrendar. Nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, as rendas das casas aumentaram 12,6% e 9,2%, respetivamente. A única sub-região onde as rendas das casas desceram neste período foi na Região Autónoma dos Açores (-­5,3%).

O valor das rendas das habitações situou-­se acima do valor nacional nas seguintes sub-regiões do país, aponta o INE:

  • Área Metropolitana de Lisboa (10,16 euros/m2 )
  • Região Autónoma da Madeira (7,52 euros/m2 );
  • Algarve (7,49 euros/m2 );
  • Área Metropolitana do Porto (7,27 euros/m2).

As rendas das casas mais baixas neste período foram observadas nas Terras de Trás-os-Montes (2,67 euros/m2), Tâmega e Sousa (3,18 euros/m2) e na Beira Baixa (3,32 euros/m2).

Os municípios onde as rendas das casas mais subiram são…

No verão de 2022, observou-se um aumento homólogo das rendas das casas em 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. Os maiores aumentos das rendas das habitações familiares foram observados em Barcelos (+25,5%), Funchal (+20,2%) e Cascais (+20,0%). E as menores subidas na Maia (8,8%) e em Coimbra (9,4%).

“Vila Nova de Famalicão foi o único município com mais de 100 mil habitantes que registou uma taxa de variação homóloga negativa da renda mediana por m2 (­0,6%), embora tenha registado a maior taxa homóloga do número de novos contratos de arrendamento (+9,4%) entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes”, destaca o gabinete de estatística português.

No terceiro trimestre de 2022, tal como em trimestres anteriores, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção de Santa Maria da Feira (4,83 euros/m2) e de Gondomar (6,35 euros/m2), registaram rendas medianas superiores à nacional. Com valores das rendas superiores a 10 euros/m2 destaca-se:

  • Cascais (13,63 euros/m2);
  • Lisboa (13,18 euros/m2);
  • Oeiras (11,79 euros/m2)
  • Porto (10,08 euros/m2).

Os concelhos onde as rendas das casas são mais baratas são Guimarães (4,48 euros/m2), Barcelos (4,62 euros/m2) e Vila Nova de Famalicão (4,66 euros/m2).