21 de Novembro, 2022 Lucas Lopes

Aumento das taxas Euribor não travam portugueses na compra de casa

Nos últimos três meses venderam-se, em média diária, cerca de 441 casas por dia. Procura imparável provoca aumento de 16,4% no preço dos imóveis residenciais.

Nem a inflação, nem o aumento das taxas Euribor parecem assustar os portugueses que querem comprar casa. A procura continua mais dinâmica do que nunca, não encontrando paralelo numa oferta que se mantém estabilizada e logo, fazendo subir os preços dos imóveis.

Dados estimados pela Confidencial Imobiliário mostram que foram concretizadas 39,7 mil transações de venda de habitação entre agosto e outubro deste ano.  Ou seja, uma média de 441 casas por dia. Tal volume fica apenas 1,6% abaixo do patamar dos três meses anteriores, quando se realizaram 40,4 mil negócios.

Os dados de outubro mostram que a nova conjuntura macroeconómica não trouxe, à data, um arrefecimento dos preços, os quais prosseguem a trajetória de valorização do último ano e meio. Ao mesmo tempo, a antecipada travagem na procura também não se tem verificado, tal como sugerem também os dados do Banco de Portugal sobre a evolução do crédito à habitação, que recuperou o ritmo de contratação em setembro, depois de quebras mensais nos meses de verão”, referiu Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

O Índice de Preços Residenciais mostra que os preços de venda das casas em Portugal (Continental) aumentaram 1,3% em outubro face ao mês anterior, sustentando as variações mensais acima de 1,0%. Em termos homólogos, os preços apresentam um crescimento de 19,5% em outubro deste ano. No acumulado dos dez meses de 2022, a habitação regista uma valorização de 16,4%.

Os preços médios apurados para as transações concretizadas entre agosto e outubro confirmam este comportamento positivo da valorização, ao superarem um novo máximo histórico, posicionando-se em 2.131€/m2 em Portugal Continental, de acordo com os dados do SIR-Sistema de Informação Residencial.

“O mercado está a superar as expetativas dos operadores que, nos últimos inquéritos de confiança Portuguese Housing Market Survey (PHMS), se mostravam menos otimistas quanto à evolução das vendas, prevendo quebras, e que antecipavam também alguma moderação no crescimento futuro dos preços”, rematou ainda o responsável da Confidencial Imobiliário.

Fonte: Visão