16 de Novembro, 2022 Lucas Lopes

Construção e imobiliário a crescer: há mais empresas novas em 2022

Dada a dinâmica do imobiliário e construção em Portugal, há novas empresas a nascer em 2022. E insolvências a recuar.

O setor da construção e imobiliário vive um bom momento em 2022, apesar dos vários constrangimentos que sente devido à subida dos preços dos materiais, da energia, dos custos com a mão de obra e das taxas juro em alta. Até outubro deste ano, o número de empresas cresceu, quer no ramo da construção (+8,2%), quer nas atividades imobiliárias (+13%), face ao mesmo período do ano passado. Já as insolvências caíram na construção entre estes dois momentos.

Observou-se até setembro uma evolução “globalmente positiva” dos principais indicadores de atividade da fileira da da construção e do imobiliárioanunciou a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) no passado dia novembro de 2022. E prova disso é a criação de empresas em ambos os setores em 2022.

Em Portugal, foram constituídas um total de 40.529 novas empresas desde o início do ano até 31 de outubro em todos os setores de atividade, um registo 16% superior ao do ano passado, de acordo com o mais recente barómetro da Informa D&B. E quase 9 mil destas novas empresas operam no mercado imobiliário:

  • Atividades imobiliárias: foram criadas um total de 4.540 empresas no ramo do imobiliário, mais 13% do que no mesmo período de 2021 e mais 18% do que antes da pandemia, em 2019;
  • Construção: foram constituídas um total de 4.438 empresas nos primeiros 10 meses de 2022. Isto quer dizer que, hoje, há mais 8,2% empresas no ramo da construção do que havia no ano passado.

A dinâmica do imobiliário e da construção em Portugal é tal que o número de trabalhadores contratados e os salários médios brutos subiram mais de 5% no trimestre terminado em setembro de 2022 face ao mesmo período do ano passado, segundo apontou o Instituto Nacional de Estatística (INE) na semana passada.

  • No imobiliário, a remuneração bruta por trabalhador fixou-se em 1.199 euros mensais no trimestre terminado em setembro, mais 5,8% que no ano anterior.
  • Na construção, os salários dos trabalhadores subiram 5,2% entre estes dois momentos para 1.076 euros brutos mensais.

No que diz respeito à constituição de novas empresas em Portugal, há outros setores que se destacaram pela positiva em 2022, como é o caso dos transportes. Mas houve outro que se destacou pela negativa: o retalho. Entre 2021 e 2022, houve uma queda no número de empresas a nascer no segmento do retalho entre 10% a 15%, apontam os dados da Informa D&B e da Iberinform.

A nível nacional, foi no distrito Lisboa onde se registou maior aumento de novas empresas neste período em todos os setores económicos, seguido do Porto e Faro, apontam os documentos.

Construção de casas novas
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Insolvências na construção descem em 2022

Apesar da alta inflação que se faz sentir em Portugal (10,1% em outubro) que tem travado o consumo, e de todos os outros constrangimentos que se vivem no mercado, as empresas a nível nacional dão  sinais de que se têm sabido reinventar-se para superar os desafios, já que o número de novos processos de insolvência caiu 19% entre os primeiros dez meses de 2022 e o período homólogo, aponta o barómetro da Informa D&B. Até 31 outubros registaram-se 1.353 novos processos de insolvência, destaca ainda.

“Esta descida nos novos processos de insolvências é transversal à maioria dos setores de atividade, com exceção dos transportes, agricultura e outros recursos naturais e atividades imobiliárias, que registam aumentos, embora muito pouco expressivos”, lê-se no comunicado da Informa D&B enviado às redações.

Também a Iberinform destaca que houve uma queda no número de insolvências a nível nacional na ordem dos 14,8%, registando-se um valor global de 3.325 insolvências até outubro (menos 579). E entre os setores onde o número de encerramentos empresariais caiu está a construção e obras públicas (-17,1%), além do comércio a retalho (-9,3%). Por outro lado, neste período só se observou um aumento de insolvências no setor da eletricidade, gás e água (+27,3%), num momento em que o país sente os custos da energia a aumentar e um período de seca em algumas regiões do país, como o Alentejo e Algarve.

Os distritos de Lisboa e do Porto são os que apresentam o número total de insolvências mais elevado: 891 em Lisboa e 756 no Porto. Já face a 2021, regista-se uma redução de 0,7% na capital e de 22,1% na cidade invicta. No total dos distritos e regiões autónomas nacionais, no global de 2022, há diminuição de insolvências em territórios como Portalegre (-37%), Braga (-30,1%) ou Madeira (-29%), por exemplo.

Salários na construção
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Fonte: Idealista