Aumento homólogo registado em setembro é superior ao de agosto (12,5%). Desde março que a subida supera os dois dígitos.
Os custos de construção de uma casa nova em Portugal dispararam a partir de março, acompanhando o aumento da taxa de inflação na sequência da guerra na Ucrânia. Desde então, a subida homóloga tem sido sempre superior a dois dígitos. Em setembro de 2022, os custos de construção de habitação aumentaram 13,4% em termos homólogos, mais 0,9 pontos percentuais (p.p.) que no mês anterior, segundo estimativas divulgadas esta quinta-feira (10 de novembro de 2022) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
“Em setembro, a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) terá sido 13,4%, taxa superior em 0,9 p.p. à observada em agosto. Os preços dos materiais aumentaram 18,6%, acelerando 2,1 p.p. face ao mês anterior e o custo da mão de obra aumentou 6,1% (6,8% em agosto)”, lê-se no boletim do gabinete de estatísticas nacional.
Segundo o INE, o custo dos materiais contribuiu com 10,8 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (9,7 p.p. em agosto), tendo a componente mão de obra diminuído a sua contribuição para 2,6 p.p. (2,8 p.p. no mês anterior).
Produtos cerâmicos estão 80% mais caros
“Entre os materiais que mais influenciaram esta variação estão os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos dos preços de cerca de 80%. O gasóleo, o cimento, os aglomerados e ladrilhos de cortiça, as madeiras e derivados de madeira e as obras de carpintaria, os tubos de PVC e o consumo de produtos energéticos apresentaram crescimentos homólogos superiores a 20%”, adianta o instituto.
No que diz respeito à variação em cadeia, ou seja, em setembro face a agosto, a taxa de variação mensal do ICCHN foi de 0,9% em setembro, tendo o custo dos materiais aumentado 1,6% e o custo da mão de obra recuado 0,3%.
“As componentes materiais e mão de obra contribuíram com 1,0 p.p. e -0,1 p.p., respetivamente, para a formação da taxa de variação mensal do ICCHN (-0,1 p.p. e -0,4 p.p. em agosto, pela mesma ordem)”, conclui o INE.
Fonte: Idealista