28 de Outubro, 2022 Lucas Lopes

Faturação da rede imobiliária Century 21 Portugal até setembro sobe 38%

O volume de transações intermediadas pela Century 21 em Portugal ascendeu a 2800 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, com a faturação da rede de mediação imobiliária a subir 38%, para mais de 70 milhões de euros.

A faturação da Century 21 Portugal aumentou 38%, para mais de 70 milhões de euros, nos primeiros nove meses deste ano face ao período homólogo, tendo os negócios mediados crescido 51% e superado os 2800 milhões de euros.

“No final do terceiro trimestre, a faturação acumulada da rede imobiliária já superava os 70 milhões de euros, o que traduz um aumento de 38% face aos 51 milhões de euros registados em igual período do ano passado”, avança esta sexta-feira a Century 21 em comunicado.

Segundo acrescenta a empresa, “nos primeiros nove meses de 2022, o volume de negócios mediados – que inclui transações partilhadas com outros operadores de mercado – subiu 51% em comparação com o acumulado dos três trimestres do ano anterior e superou os 2800 milhões de euros”.

“Os resultados acumulados da Century 21 Portugal no terceiro trimestre de 2022 demonstram que a procura se manteve bastante forte nestes primeiros nove meses do ano, apesar do desafiante contexto macroeconómico marcado por níveis recorde de inflação, pelo aumento de taxas de juro e pela crise energética global”, lê-se no comunicado.

Destacado pela rede imobiliária é “o fator da atratividade de Portugal a nível internacional e o aumento de transações com clientes internacionais, após as limitações impostas pela pandemia”.

“Atualmente Portugal atingiu um posicionamento e credibilidade invejáveis a nível internacional, enquanto destino para viver e investir, e está a captar clientes de novos países, sem grande tradição de comprar casa em Portugal, como é o caso dos Estados Unidos, que são hoje o cliente internacional número um da rede Century 21 Portugal”, refere.

Entre janeiro e setembro, a Century 21 Portugal realizou 15.057 transações de venda, mais 32% do que as 11.413 do período homólogo, e 3653 operações de arrendamento, um crescimento de 29% face às 2836 registadas nos mesmos três trimestres de 2021.

O preço médio dos imóveis transacionados na rede imobiliária fixou-se nos 188.327 euros a nível nacional, o que traduz um aumento de 14,9% em relação à média do valor de venda de 163.841 euros verificada em igual período do ano passado.

Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Century 21 Portugal refere que “o acesso à habitação em Portugal é um grande desafio para os jovens e para muitas famílias”, apontando esta como “a principal preocupação e o maior foco da estratégia operacional” da rede imobiliária.

Segundo Ricardo Sousa, “o que está a influenciar os preços dos imóveis é uma crónica escassez da oferta em venda no mercado”, sendo este “o principal fator na origem da subida dos preços que se tem vindo a registar até agora em praticamente todo o território nacional, em consequência do desequilíbrio entre a procura e a oferta”.

“Contudo, já estamos a registar um aumento do tempo médio de venda dos imóveis no mercado, o que levará a um aumento progressivo do stock de imóveis em comercialização nos próximos meses”, acrescenta.

Considerando apenas o terceiro trimestre, a faturação Century 21 aumentou 23%, para os 24,5 milhões de euros, e o volume de negócios mediados na rede da marca aproximou-se dos 1.033 milhões de euros, um aumento de 38% face aos 749,3 milhões registados em igual período do ano passado.

De julho a setembro foram efetuadas 5253 transações de venda de imóveis, mais 19% do que as 4405 registadas no mesmo trimestre de 2021, tendo o preço médio de venda de habitações atingido os 196.596 euros a nível nacional, um aumento de 15,6% face aos 170.112 euros do valor médio dos imóveis vendidos no mesmo trimestre de 2021.

Ricardo Sousa refere que, apesar do “ligeiro abrandamento” nos meses de junho e julho, “no mês de agosto registou-se um aumento de 24% no número de transações, comparando com agosto de 2021”, continuando “as tipologias mais pretendidas a ser os apartamentos T2 e T3”.

A nível de regiões, o CEO destaca o Algarve e a região centro, “que estão com uma forte dinâmica”, mas nota que “a Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a região mais procurada e com melhor desempenho”.

Relativamente ao impacto que o atual contexto económico pode ter no mercado imobiliário residencial, Ricardo Sousa considera que, “se a atual conjuntura macroeconómica se mantiver, é expectável que no último trimestre e em 2023 se venha a assistir a uma diminuição do número de transações, em comparação com igual período de 2021, bem como a uma fase de estabilização dos preços dos imóveis”.

Num contexto em que “as famílias que têm crédito à habitação estão a registar uma diminuição do seu rendimento disponível, pelo forte aumento da inflação e pela subida das taxas de juro”, a Century 21 diz “acredita[r] na sensibilidade do Estado” e “apela ao Governo e à banca para que, de forma coordenada e à semelhança do verificado na pandemia, sejam criados mecanismos de proteção para as famílias em situação mais vulnerável neste período de inflação elevada”.

“As famílias e jovens que estão a iniciar agora o processo de compra da sua primeira casa encontram um cenário de taxas Euribor com valores entre 2% e 3%, algo que é perfeitamente normal: são taxas de juro baixas. Contudo, com base nos critérios atuais de financiamento – que incluem a redução das maturidades médias dos créditos à habitação para os 30 e 35 anos de empréstimo, com taxas de esforço entre 35% e 40% e com LTV [percentagem a ser solicitada aos bancos relativamente ao valor do imóvel] máximos de 85% a 90% – as famílias e jovens serão forçados a reequacionar o tipo de casa que procuram e orientar as suas preferências para soluções de habitação dentro dos valores que podem assumir”, refere.

“Este fator – enfatiza – irá condicionar a procura e, consequentemente, o número de transações imobiliárias, porque diminui o número de pessoas que cumprem os requisitos para atribuição de financiamento bancário e que encontram imóveis ajustados às suas necessidades, no nível de preços que podem assumir”.

Fonte: Jornal Expresso