22 de Junho, 2022 Lucas Lopes

Falta de mão de obra na construção faz subir salários

Para não perderem trabalhadores, há empresas do setor a aumentarem as remunerações e incentivos.

falta de mão de obra qualificada é um dos principais desafios e constrangimentos do setor da construção em Portugal, e essa pressão está a acentuar-se sobre os salários e o emprego. Para não perderem trabalhadores, e porque é cada vez mais difícil contratar, já há muitas empresas a aumentarem as remunerações e a dar incentivos.

Fontes do setor, citadas pelo jornal Expresso, garantem que faltam serralheiros, carpinteiros, manobradores, engenheiros e até serventes, e que é cada vez mais difícil manter a retenção da força de trabalho. José Rui Meneses e Castro, administrador da MAP Engenharia, adianta que a empresa já aumentou, em média, 7% os salários este ano e procedeu à distribuição de resultados pelos trabalhadores, a que corresponde entre um e dois salários além dos 14 habituais, além de ter posto em prática outros incentivos.

Várias empresas ouvidas pela publicação referem ter aumentado entre 5% e 10% os salários este ano para toda a equipa, ou optado por prémios e remunerações variáveis.

“Tendo em consideração investimentos como os previstos no PRR em domínios como a habitação, perspetiva-se um crescimento sustentado da produção ao longo dos próximos anos, exigindo-se profissionais com perfis técnicos ajustados”, frisa o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, em declarações à mesma publicação.

Recorde-se que o especialista aponta para uma falta de 80 mil trabalhadores no setor da construção no país, tal como o idealista/news noticiou, e acredita que a solução estará na “reorientação da formação profissional, para que esta possa dar resposta às necessidades do mercado”. O responsável sublinha a importância de se “promover um alinhamento entre a procura e a oferta de trabalho, já que não faz qualquer sentido coexistirem fenómenos como o desemprego e a falta de recursos humanos nas empresas”.

Fonte: Idealista