14 de junho, 2022 ines.gaiola@c21tipyfamily.com

Haverá “impactos” dos aumentos das taxas de juro, avisa Medina

Ministro das Finanças referiu que só a redução da dívida pública pode combater os efeitos das medidas anunciadas pelo BCE.

 ministro das Finanças, Fernando Medina, acaba de avisar que “haverá impactos” dos aumentos das taxas de juro anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE), e que só a redução da dívida pública os pode combater.

“Do ponto de vista financeiro do Estado, naturalmente haverá impactos, que serão diferidos ao longo do tempo porque esta nova política vai ter impacto nas novas emissões que vão ser feitas, isto havendo um movimento geral relativamente às taxas de juro e isso terá um impacto que teremos de saber gerir”, disse o ministro questionado pelos jornalistas, no âmbito das comemorações do 10 de junho em Paris, junto da comunidade portuguesa, tendo participado numa receção na Embaixada de Portugal em França.

Na quinta-feira passada, o Conselho de Governadores dos bancos europeus decidiu manter este mês as taxas de juro, mas confirmou o fim da compra de ativos a partir de dia 01 de julho e considerou estarem reunidas as condições necessárias para a subida dos juros.

De forma a proteger Portugal deste aumento, o ministro defende que a redução da dívida é o caminho a seguir.

“Só a redução da dívida pública é que nos permite que os encargos com juros aguentem uma subida dos próprios juros, diminuindo no fundo o valor que temos em dívida e o valor que temos a refinanciar todos os anos”, declarou.

Acelerar execução do PRR para ajudar à recuperação económica

Questionado sobre uma possibilidade de redução de investimento público no país, nomeadamente uma redução que afete a execução do Plano de Recuperação e Resiliência, o ministro declarou que estes investimentos não vão mudar.

O ministro indicou, no entanto, que Portugal tem estado em contacto com a União Europeia “para haver uma atenção e cuidado de como se olham para as metas intermédias do PRR”.

“Já que com os preços mais elevados”, afirmou, “a contratação pode levar ao aumento generalizado de preços”.

No entanto, a execução do PRR deverá ser acelerada para ajudar na recuperação económica.

“A aposta é acelerar o PRR e terá um contributo muito importante para 2023 e para os anos seguintes”, concluiu o ministro.

Fonte: Idealista