26 de Maio, 2022 Lucas Lopes

Portugal tem cada vez menos casas para vender. Escalada de preços à vista

No final de abril havia 135 mil imóveis disponíveis para venda, menos 15 mil do que no final do ano passado, “o que pode provocar uma escala de preços a curto prazo, especialmente nas grandes cidades”, alerta a consultora imobiliária Imovendo.

Há um claro abrandamento da oferta de imóveis em Portugal. No final de abril estavam disponíveis para venda 135 mil imóveis, contra 150 mil no final do ano passado, o que traduz uma queda de 6%.

Uma quebra na oferta imobiliária que “pode provocar uma escalada de preços a curto prazo, especialmente nas grandes cidades”, alerta a consultora imobiliária Imovendo.

A maior queda de inventário deu-se nos apartamentos, sendo que a oferta de moradias se manteve relativamente estável durante os primeiros quatro meses do ano.

“Estamos a falar de cerca de 15 mil novos imóveis colocados no mercado no primeiro quadrimestre na área metropolitana de Lisboa, e 4 quatro mil novos imóveis na área Metropolitana do Porto, tendo ambas as áreas metropolitanas tido quedas muito semelhantes, 15% em Lisboa e 18% no Porto face ao último trimestre de 2021”, realça Nélio leão, CEO da Imovendo, em declarações ao Negócios.

De acordo com a análise da imobiliária digital, a maioria dos negócios situam-se nas áreas das grandes cidades, especialmente na grande Lisboa, e que há cada vez menos apartamentos à venda, usados ou novos.

Já do lado da venda de imóveis, nota a Imovendo, o ritmo de negócios é semelhante ao de 2021 tendo sido vendidos mais de 38 mil imóveis no primeiro trimestre do ano de 2022 e cerca de 13 mil em abril de 2022, “ou seja, a procura continua ativa, apesar da subida de preços e das novas condicionantes aos empréstimos habitação”.

“Ainda existe muita incerteza quanto a uma subida das taxas de juro, que a acontecer terá de ser ou em julho e/ou em setembro de 2022 meses em que a comissão executiva do BCE se reúne com os governadores dos bancos centrais da zona euro, mas estima-se que esse aumento se possa situar nos 25 pontos base caso o mesmo ocorra”, afirma Nélio Leão.

“Embora a taxa de inflação registada seja já quatro vezes superior ao estimado no ano anterior, um aumento das taxas de juro pode levar a zona euro para uma recessão que não é desejada”, enfatiza o CEO da Imovendo.

De resto, conclui Leão, “é expectável que esta incerteza, a guerra na Ucrânia e o ressurgimento de uma vaga de covid afete a confiança dos consumidores e que se verifique um abrandamento no mercado imobiliário, sendo um mercado bastante resiliente durante os últimos dois anos”.

Em contraciclo, a Imovendo garante que transacionou no primeiro quadrimestre deste ano mais de 10 milhões de euros em imóveis usados, o que representa um aumento de 60% face ao mesmo período do ano passado, sendo que “ao mesmo tempo permitiu aos seus clientes poupar mais de 500 mil euros em comissões imobiliárias, dado que o modelo de negócio difere da prática corrente no que toca às comissões”, afiança a imobiliária digital.

“O nosso modelo de negócio baseado na tecnologia e no digital permite-nos cobrar apenas uma comissão fixa aos proprietários, o que faz com que seja um modelo robusto e mais bem preparado para enfrentar tempos de crise do que o modelo das imobiliárias tradicionais”, defende Nélio Leão, considerando que, no caso da Imovendo, “os proprietários estão no centro do processo, o que faz com que obtenham enormes ganhos de eficiência”.

As expectativas relativamente à compra e venda de imóveis no mercado nacional para o primeiro semestre é de estabilização face à primeira metade do ano passado, nota a Imovendo.

Com base nestes números, a imobiliária espera atingir 50 milhões de euros em imóveis transacionados no primeiro semestre, em Lisboa e no Porto, “ou seja, duplicando o número de imóveis transacionados quando comparado com o primeiro semestre de 2021”, conclui.

Fonte: Jornal de Negócios