22 de Dezembro, 2021 Lucas Lopes

2022, o ano de uma ainda maior afirmação do setor imobiliário?

Dando provas de resistência à pandemia, o setor enfrenta novos desafios mas tem boas oportunidades pela frente.

pandemia veio baralhar as contas da economia e mexer com as nossas vidas. E muitas foram as atividades que sofreram (e estão a sofrer) na pele, de forma mais ou menos aguda, os efeitos da Covid-19. O imobiliário, pelo contrário, tem dado provas de forte imunidade e resiliência. O setor tem sabido reagir – investindo, modernizando-se, digitalizando-se e profissionalizando-se – e os clientes têm-se mostrado ávidos por comprar casas e investir em imóveis, mesmo quando o país esteve confinado. E depois destes dois últimos anos cheios de desafios, o que esperar de 2022? Antecipamos as tendências, pela voz de um especialista do setor.

Em 2020 e 2021, quando outros setores sofreram, o imobiliário floresceu, fazendo face às novas vicissitudes que encontrou, resume António Marques, diretor geral do idealista em Portugal, neste artigo preparado para o idealista/news.

“Diferente de setores como o turismo ou a restauração, mais propensos a sofrerem com regras de confinamento ou viagens, o imobiliário, sendo um investimento, que é feito normalmente a médio-longo prazo, continuou a existir, tanto para rentabilidade como para habitação própria“, analisa o responsável, frisando que os dados mostram que o último semestre foi mesmo o melhor de sempre, tanto em vendas de casas como em valor de transações.

Para estes resultados, contribuíram o contexto de baixas taxas de juro e o aumento da poupança em termos médios, bem como o facto de o setor imobiliário já ter vivido outras crises, ter custos fixos mais baixos quando comparados com outros, e ter dado um salto de gigante na digitalização.

“Vindo a acompanhar uma maior profissionalização e digitalização do setor, no último ano, no idealista mais do que duplicou o número de imóveis com serviços multimédia”, revela.

O que vai fazer o imobiliário continuar a crescer em 2022

Lisboa e Porto tornaram-se cidades globais, foram criados e impulsionados vários hubs tecnológicos, e com o investimento estrangeiro e aumento do preço das casas nas principais capitais, tem vindo a assistir-se a uma maior dinamização da nova construção nos arredores das grandes cidades, trazendo mais vida e dinamização dessas zonas.

Devido à segurança e ao clima, Portugal é cada vez mais um destino apelativo para nómadas digitais, que podem escolher qualquer sítio no mundo para trabalhar e viver, mas optam por instalar-se no país.

Duas tendências que irão acelerar em 2022 serão o crescimento da nova construção – por parte de famílias que procuram casas que respondam às suas necessidades (muitas delas impulsionadas pela pandemia) e também de investidores (que querem comprar para depois arrendar) – e a compra de segunda habitação, tanto em zonas turísticas como no interior.

A força da nova construção explica-se porque os portugueses preferem comprar mais o novo e menos o usado, e perante a ainda pouca oferta de casas construídas em stock, mostram-se cada vez mais disponíveis para comprar casas em planta: conseguem melhores preços, mais metros quadrados em zonas próximas dos grandes centros e em zonas com bons acessos – por exemplo, a Norte destacam-se concelhos como Vila Nova de Gaia e Matosinhos e mais a Sul alguns municípios como Oeiras, Amadora ou Montijo.

De forma crescente, 2022 será um ano em que existirá mais construção de casas novas para arrendar, sobretudo para a classe média e jovens, podendo a mesma ser impulsionada pelo novo diploma que veio determinar que a construção passa a pagar apenas 6% de IVA para o arrendamento acessível.

A nível de compra de segunda habitação, com uma população que continua ainda mais concentrada em alguns pólos urbanos, deverá verificar-se uma maior compra de segunda residência – não só em zonas de praia, mas também cada vez mais no interior e em zonas rurais – de forma a várias famílias poderem descansar do “stress citadino” ou mesmo instalar-se a teletrabalhar.

“Desta forma, iremos com certeza verificar novas oportunidades a surgirem no ano que está prestes a arrancar”, remata o especialista em imobiliário.

 

Fonte: IDEALISTA Portugal