6 de Setembro, 2021 Lucas Lopes

Poupanças das famílias animam mercado imobiliário residencial

Apesar da pandemia, as transações de imóveis mantiveram-se elevadas. Poupança adicional gerada pelo confinamento estará a beneficiar o mercado.

O imobiliário residencialcontinua em alta, mesmo em tempos de pandemia. No ano passado, as transações de imóveis realizadas por parte de particulares, para habitação própria, troca de casa, ou para arrendamento, mantiveram-se elevadas – e o mesmo acontece já este ano, tendo sido transacionadas mais de 43 mil habitações só no primeiro trimestre de 2021. Ao que tudo indica, o aumento da poupança das famílias também estará a contribuir para este dinamismo.

Segundo as declarações ao jornal Público da economista Paula Carvalho, da Unidade de Estudos Económicos e Financeiros do Banco BPI, do professor Pedro Bação, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e de Paulo Rosa, economista chefe do Banco Carregosa, o setor imobiliário poderá mesmo estar a absorver uma parte da poupança adicional dos particulares.

Pedro Bação considera que “o mercado da habitação parece continuar forte, embora talvez com alguma reorientação da procura” e que, provavelmente, “estará também a beneficiar da poupança adicional gerada pelo confinamento”.

O presidente da ASMIP, Francisco Bacelar, considera, aliás, que as compras realizadas por nacionais estão a compensar o abrandamento do investimento estrangeiro. Além disso, o responsável confirma que há, atualmente, “um grande dinamismo na troca de casa, gerado pela nova realidade do confinamento/teletrabalho, com as preferências a recaírem em imóveis maiores, com varandas, ou unifamiliares, localizados fora dos grandes centros urbanos”.

Amortizações totais e parciais de créditos à habitação em queda

As amortizações totais e parciais de créditos à habitação também diminuíram. Em 2020, tal como escreve o Público, num universo de 1,4 milhões de contratos de crédito à habitação, foram realizados 98.330 reembolsos antecipados totais ou parciais, menos 5,8% face a 2019, aos quais correspondeu um montante reembolsado de 4,2 mil milhões de euros (-13,4%).

 

Fonte: Idealista