30 de Julho, 2021 Lucas Lopes

Atividade transacional vai acelerar nos próximos meses

Seja no mercado de investimento, seja nos mercados ocupacionais e de compra e venda, a projeção da JLL é só uma: que a atividade transacional vai acelerar no imobiliário português nos próximos meses.

Sustentada pela consistência da atividade ao longo do 1º semestre, a consultora prevê que os níveis de atividade vão acelerar em praticamente todos os segmentos de mercado já na segunda metade do ano.

“O mercado reúne todas as condições para retomar níveis os níveis de atividade superiores aos registados nos últimos meses até ao final do ano e para ganhar robustez ao longo de 2022”, avança Pedro Lancastre, CEO da JLL. Sublinhando que “o nosso mercado não perdeu atratividade para a procura estrangeira” e que “há uma crescente dinâmica do mercado doméstico”, responsável afi ança que “existe procura real para os escritórios e para habitação, e, no que respeita ao investimento, Portugal está muito bem posicionado para disputar a elevada liquidez disponível a nível internacional”.

Depois de no 1º semestre terem sido transacionados 575 milhões de euros, a expetativa da JLL é que 2021 possa encerrar com um volume de investimento total superior a 2.500 milhões de euros – um resultado que dependerá da transação de um dos maiores portfólios com exposição a hotéis, que se perspetiva que seja vendido até ao fi nal do ano. Os escritórios e a logística deverão manter-se como os principais focos dos investidores no 2º semestre, embora seja evidente um interesse crescente pelo retalho alimentar e pelas classes de ativos alternativos, em especial aquelas na esfera do living, caso das residências para estudantes e seniores ou a habitação para arrendamento.

Nos escritórios, a consultora prevê um maior dinamismo na tomada de espaços ao longo do 2º semestre, sustentado pelo maior interesse demonstrado pela procura e pela retoma do interesse internacional. Além disso, considera a JLL, a atual transformação em curso no setor, acelerada pelo covid, irá repercutir-se a prazo num forte dinamismo quer na regeneração quer na ocupação de escritórios. Ainda assim, no 1º semestre o mercado fi cou marcado por uma desaceleração da atividade, evidente não só pela descida na ocupação (-35% em Lisboa), mas, também, por uma ligeira subida na taxa de desocupação ao mesmo tempo que a renda prime corrigiu em baixa pela primeira vez desde 2019, para 24 €/m²/ mês.

Na habitação, a par com a procura nacional, a procura internacional também está em crescimento, sublinha a JLL, adiantando que o final do programa dos Vistos Gold nos moldes atuais, previsto para janeiro de 2022, está a pressionar as vendas a internacionais e a diversifi car o leque de nacionalidades ativos, como o Brasil, França e Estados Unidos. A consultora sublinha ainda “uma grande resiliência” nos preços da habitação em produto novo.

Tratando-se de um dos segmentos mais afetados pelos confi namentos e constrangimentos sanitários, no retalho é evidente a tendência para a renegociação das rendas em baixa, solicitando-se revisão na ordem de -5% a -10%, contudo ainda sem efeitos visíveis nos valores praticados. Desta forma, refere a consultora, a renda prime manteve-se estável no 1º semestre, fixando-se em 115 €/m²/mês nos centros comerciais e 130€/m²/mês no comércio de rua no Chiado.

 

Fonte: Público