29 de Março, 2021 Lucas Lopes

Aumento das rendas trava a fundo em 2020

O valor mediano das rendas em Portugal fixou-se em 5,61 euros por metro quadrado no segundo semestre de 2020, um aumento homólogo de 5,5%. O número de novos contratos celebrados disparou quase 10%.

 

As rendas continuam a aumentar, mas, em ano de pandemia, o crescimento está a abrandar de forma notória. No segundo semestre de 2020, as rendas subiram em torno de 5%, uma variação que fica muito aquém das taxas de crescimento verificadas anteriormente. Considerando apenas os últimos três meses do ano passado, a evolução é ainda menos acelerada.

Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 29 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que o valor mediano das rendas de alojamentos familiares, nos novos contratos de arrendamento, fixou-se em 5,61 euros por metro quadrado no segundo semestre de 2020, um aumento de 5,5% face a igual período do ano anterior. No segundo semestre de 2019, antes da pandemia, o valor mediano das rendas tinha aumentado mais de 10%. Assim, apesar de as rendas continuarem a aumentar, o crescimento agora verificado representa cerca de metade daquele que era registado um ano antes.

Esta tendência de desaceleração é ainda mais notória se se analisar apenas o quarto trimestre de 2020. Nesse período, a renda mediana foi de 5,77 euros por metro quadrado, o que representa um aumento homólogo de 3,8%, abaixo da variação de 5,2% que tinha sido registada no terceiro trimestre.

Mas a evolução das rendas por todo o país, ressalva o INE, foi “muito heterogénea”. No segundo semestre de 2020, as rendas caíram em 48 municípios, com destaque para as maiores cidades do país. Lisboa registou uma queda anual de 4,18%, para uma renda mediana de 11,46 euros por metro quadrado, enquanto no Porto as rendas recuaram 1,47% e fixaram-se num valor mediano de 8,7 euros por metro quadrado. Também em Cascais, Oeiras, Guimarães, Coimbra e Funchal, todos com mais de 100 mil habitantes, houve uma queda das rendas.

Noutros nove municípios, as rendas ficaram inalteradas ou sofreram variações pouco significativas, inferiores a 1%. Nos restantes municípios (excluindo aqueles para os quais não existem dados), as rendas aumentaram na segunda metade de 2020, mas a ritmos muito diferentes, tendo sido registadas subidas a dois dígitos em 28 concelhos, a maioria dos quais na região do Alentejo.

 

Fonte: Jornal de Negócios