O preço das casas aumentou 7,1% no terceiro trimestre de 2020, uma taxa de crescimento que é a mais baixa dos últimos quatro anos. O número de vendas também continua a cair.
Os preços das casas continuam a registar aumentos, mas este crescimento voltou a desacelerar no terceiro trimestre deste ano, prolongando-se o comportamento já verificado no trimestre anterior. Ao mesmo tempo, o número de vendas continua a cair, embora já haja uma recuperação face ao segundo trimestre, quando a atividade económica esteve praticamente paralisada devido à pandemia.
Os dados foram divulgados esta terça-feira, 22 de dezembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que os preços das casas aumentaram 7,1% no terceiro trimestre de 2020, face a igual período do ano passado, abaixo da taxa de 7,8% que tinha sido registada no segundo trimestre. Esta a taxa de crescimento homóloga mais lenta dos últimos quatro anos.
Também em termos trimestrais há uma clara desaceleração dos preços. Entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, os preços das casas ficaram quase estagnados, com uma subida de 0,5%, o ritmo de crescimento mais lento desde 2015.
Esta tendência verifica-se tanto nos alojamentos novos como nos usados. No primeiro caso, os preços aumentaram 5,8% em termos homólogos, enquanto nos alojamentos usados a taxa de crescimento foi de 7,4%, valores que, em ambos os casos, ficam abaixo das taxas registadas anteriormente.
Apesar do abrandamento dos preços, há uma recuperação no número de transações. Ao todo, no terceiro trimestre, foram vendidas 45.136 casas, um aumento de 35% em relação ao segundo trimestre, período em que o número de transações tinha derrapado. Ainda assim, em relação ao ano passado, o número de vendas realizadas no terceiro trimestre ainda caiu 1,5%.
Apesar da recuperação das vendas, o preço médio das casas caiu. As 45.136 vendas de casas foram concretizadas por um valor total de 6.752 milhões de euros, o que significa que o preço médio de cada venda foi de 149,5 mil euros, abaixo dos 154 mil euros registados no segundo trimestre.
Lisboa e Norte perdem peso. Centro, Alentejo e Madeira ganham
Um dos efeitos da pandemia, já notório no mercado habitacional, é a perda de peso dos grandes centros urbanos no total de vendas e o aumento da relevância das regiões interiores.
No terceiro trimestre, indica o INE, 60,9% do total de alojamentos vendidos concentrou-se na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte, o peso relativo conjunto mais baixo desde o primeiro trimestre de 2015. “Para tal contribuiu sobretudo a redução de 2,5 pontos percentuais na quota relativa regional na Área Metropolitana de Lisboa”, justifica o INE.
Em sentido contrário, o Centro foi a região com o maior aumento de peso relativo, de 1,5 pontos percentuais, representando agora 21,3% do total de vendas. “O Alentejo e a Região Autónoma da Madeira foram as demais regiões que registaram aumentos homólogos nas respetivas quotas relativas”, enquanto o Algarve se manteve com a mesma quota, de 7,3%, e os Açores registaram uma queda ligeira.
Fonte: Jornal de Negócios