8 de Julho, 2020 rcruz

Rendas já caíram quase 20% desde março e a tendência é para continuarem a descer. Lisboa é a exceção à regra nacional

Valores praticados no mercado de arrendamento estão em queda desde o início da pandemia. Em média, as rendas em Portugal já foram reduzidas em 17,7% nos últimos meses. Só na capital é que não.

No Porto, só de abril para maio, o valor médio das rendas baixou 4,3%; e em Portalegre essa queda foi de 10%, o que fez com que o distrito do Alto Alentejo subisse ao primeiro lugar do pódio dos mais baratos para arrendar casa. No total, e em média, desde o início da pandemia, os valores cobrados no mercado de arrendamento em Portugal já caíram 17,7% em relação a 2019 — de 1.353 euros para 1.113 euros.

E a tendência será para continuarem a descer, disse ao Jornal de Notícias, que esta segunda-feira apresentou os resultados do barómetro do portal Imovirtual, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima. “Aconselho a arrendar já a longo prazo, com um desconto de 20% ou 30%, sem risco, em vez de esperar e acabar por ter de aceitar um valor mínimo, porque o alojamento local vai demorar dois ou três anos a recuperar. Os estrangeiros que pagavam as rendas altas não vão voltar tão cedo.”

De acordo com os dados revelados pelo Imovirtual, é no interior e no sul do País que esta tendência de queda é mais acentuada — em Faro, por exemplo, arrendar uma casa em maio de 2019 custava em média 1.262 euros; agora custa 869 euros. Já em Portalegre, a descida foi de 42%; de 574 euros para 331 euros.

Lisboa é, para já, a exceção à regra instalada no País e a que nem o Porto escapa — em abril o valor médio das rendas era de 1.042 euros, e um mês depois já tinha estacionado nos 997 euros. Em vez de baixar, na capital o preço médio de arrendamento subiu em plena pandemia, 0,5%, entre abril e maio — de 1.452 euros para 1.459 euros.

É pouco provável que se mantenha a tendência, que provavelmente se justifica pelo “arrendamento de emergência, a profissionais de saúde ou pessoas em isolamento”, disse o presidente da APEMIP ao JN. Mais do que isso, segundo Luís Lima, que prevê descontos de até 20% no segmento mais alto, o próximo a ser afetado deverá ser o mercado de compra e venda: “Se as pessoas tiverem paciência, daqui a seis meses o mercado vai nivelar-se e vamos ter oportunidades de negócio muito interessantes”.

Fonte: Observador