30 de Junho, 2020 rcruz

PONTO FOCAL

Aprender a definir um ponto focal interior é uma das mais importantes competências que um Home Stager deve ter. Na ausência de pontos focais, o espaço poderá parecer menos interessante e não se perceber a sua funcionalidade.

Mas afinal o que é isto dos pontos focais? É mais simples do que parece;são pontos onde se quer focar a atenção do cliente e que são trabalhados nesse sentido para que aquele ponto seja o mais importante. A intenção é através desta técnica, fazer com que o visitante não dê tanta importância ao que está ao redor, que poderá não ser muito positivo, mas sim ao ponto que se pretende evidenciar. Este ponto não terá que ser necessariamente no interior da casa, como é o caso de uma vista deslumbrante através de uma janela. Neste caso o H.S. fará tudo para evidenciar a dita janela, seja tirando as cortinas ou mudando a cor da parede onde está enquadrada.

O ponto focal pode ser muito subtil ou obvio como é o exemplo da janela. Pode ser o que o designer achar mais conveniente. Se existir uma lareira bonita, por exemplo, o H.S vai trabalhar aquela área para que seja notada e valorizada. Isto porque se pressupõe que a maioria das pessoas gostam de uma lareira, nem que seja para contemplar. Se ao redor desta existirem situações menos favoráveis, vão com certeza passar despercebidas.

O mesmo se pode fazer com peças de mobiliário. Vamos supor que a casa está vazia. Com o mínimo investimento ou até mesmo com moveis emprestados poderá ser criada uma zona com um cadeirão e uma mesa de apoio junto a uma janela ou outro ponto de interesse, que sugerem conforto e lazer. Numa sala mobilada e podendo haver móveis em pior estado há que criar uma atração  naqueles que se encontrem em melhor estado e trabalha-los de forma a que o cliente repare neles e não nos restantes.

Isto pode ser feito de várias maneiras que vão desde o uso de mantas, iluminação e outros objetos decorativos. No fundo é como criar um cenário que chame a atenção daquilo que queremos que seja visto. Isto pode ser óbvio ou subtil. Imaginemos que uma sala tem pouca luz e possui uma só janela com uma vista agradável. Ao criarmos uma zona de assentos ou até uma simples chaise-long com uma manta simpática e um livro aberto, chamamos a atenção do visitante a relaxar e tirar partido da vista. É natural que já não repare que a sala é fraca em iluminação natural.

COMO DEFINIR UM PONTO FOCAL

Em primeiro lugar deve-se escolher um ponto que defina a funcionalidade de cada espaço para que o visitante guarde na memória imagens das diferentes divisões. Numa sala de jantar por exemplo há que apelar ao encontro da família e amigos reunidos a uma mesa partilhando uma refeição. Logo o ponto focal será a mesa e as cadeiras. Convém evidencia-las para que se destaquem do resto da decoração.

Não existem pontos focais pontos definidos. Pode-se optar por um no meio da sala, ou num canto se o canto for interessante. Se existe uma zona de jantar, deve estar claro que é para isso que serve, jantar ou almoçar e não para relaxar ou ver televisão.

No caso das salas o ponto focal deve-se concentrar nas áreas de conversação. Podemos pensar num conjunto de sofás com uma mesa de apoio e um candeeiro com luz baixa , uma televisão ,entre outros. Os tapetes também são muito uteis para definir áreas.

Já nos quartos, como seria de esperar, a cama é e deve ser o centro das atenções. Aqui aconselho a ´´vesti-la“ da melhor maneira possível, e recomendo ,não usar padrões muito marcantes que possam não agradar a algumas pessoas . O branco é sempre o mais seguro, assim como um edredão de penas que torna a cama mais fofa e confortável. As almofadas de vários tamanhos e cores suaves devem impressionar o potencial comprador.

MAIS DO QUE UM PONTO FOCAL

Perguntam-me se é possível criar mais do que um ponto focal?

Claro que sim, mas será melhor contratar um designer ou/e home stager para que o resultado seja claro e não fique uma grande confusão. É importante que se faça uma boa circulação, o que não é simples quando a área em si não é muito grande.

Alguns clientes ficam com a ideia que valorizam o imóvel se o encherem de móveis de design moderno ou antiguidades valiosas e assim pensam poder puxar pelo preço do imóvel. Mas não é bem assim. Como se costuma dizer: “less is more“

No Home staging aplica-se muito esta frase. Mais vale a menos que a mais.

Criar um canto com características idílicas pode vender uma casa, já atulhar a casa de móveis e adereços , só vai confundir o potencial comprador. Antes de pôr a casa á venda aconselho a contactar um Home stager para fazer este trabalho. Se o cliente for adepto ao DIY pode sempre requerer o serviço de consultoria a empresas de home staging .

Fonte: Blog Imobiliário
Autor: Carmen da Cunha Miranda