27 de Junho, 2020 rcruz

Panorama imobiliário aparentou ser bem mais optimista do que seria de esperar

Em Maio, em pleno estado de pandemia e contra todas as indicações e expectativas, o mercado imobiliário português apresentou resultados que aparentam ser bem mais optimistas do que seria de esperar há algumas semanas atrás.

De acordo com os dados recentes relativos ao estado do mercado imobiliário português divulgados pelo portal de referência Imovirtual no início deste mês de Junho de 2020, os números não são tão ‘negros’ face ao estado do país e do mundo – que estão sob uma tremenda pressão devido ao cenário de pandemia e forte contracção económica -, bem como a alguns dos piores cenários que foram traçados para o mercado imobiliário e outros sectores de actividade.

Face a esta conjuntura, o Imovirtual, divulga os resultados obtidos em Maio e sobre as subidas e descidas mais relevante dos valores de venda e arrendamento ao longo do país.

 Mercado de Compra e Venda 

Descidas Ligeiras

Para aqueles que previam os piores cenários para o mercado imobiliário português, a realidade tem dado provas de resiliência, com Lisboa sem surpresas sendo ainda o distrito do país onde o preço médio de compra e venda é mais elevado, situando-se nos 529.709 euros, o que revela uma quebra de -0,7% comparativamente ao o mês anterior.

No mesmo sentido, praticamente todos os distritos com os preços mais elevados observam uma quebra ainda que inferior a 1%. Faro, com -0,5% vê o preço médio fixar-se nos 475.062 euros e a Região Autónoma da Madeira com -0,9% nos 332.524 euros.

O distrito do Porto, também muito valorizado até recentemente, vê a quebra fixar-se nos -0,6% fixando o preço de compra e venda em 318.735 euros.

A quebra maior observa-se no distrito de Portalegre com -1,3% situando-se agora nos 135.454 euros.

Porém, nem tudo são descidas e apesar deste cenário que se reflecte em muitos dos distritos do país, existem inclusive locais onde o preço médio aumentou em igual proporção.

Crescimento em Tempo de Pandemia

Vivendo à altura do princípio definidor que a vida não parou apesar dos desafios enfrentados, Beja e Guarda impressionam com crescimentos de 1,6% e 1,3% respectivamente, vendo os seus preços médios de compra e venda definidos em 130.151 euros e 124.678 euros.

Ainda que estes sejam mercados que se situam no segmento mais barato a nível nacional, não deixa de ser relevante expressar a importância de se observar crescimento em distritos do interior, dando ao mercado imobiliário nacional um muito bem-vindo raio de esperança.

O recordista acaba mesmo por ser o distrito de Vila Real com um franco crescimento na ordem dos 4% para os 182.160 euros.

A nível nacional a quebra fixou-se nos 0,8% com um preço médio de compra e venda de 359.497 euros.

Mercado de Arrendamento

O preço médio de arrendamento a nível nacional viu uma descida na ordem dos -1% representando uma quebra de 1.124 euros em Abril para 1.113 euros em Maio de 2020.

Apesar desta descida, alguns valores impressionam no sentido oposto, com Beja a representar um crescimento de 13,6% ou Bragança com 2,1%.

Lisboa, já conhecida por preços de arrendamento extremamente elevados, observou ainda assim um crescimento de 0,5% fixando-se num preço médio de 1.459 euros.

No sentido contrário seguem Portalegre com uma quebra de -10% que é agora o distrito onde o arrendamento é mais económico, num preço médio de 331 euros.

Análise do Período Homólogo

Comparando maio de 2020 com o mesmo período do ano passado, podemos ainda assim verificar um crescimento do preço médio de compra e venda na ordem de 12,8% passando o valor de 318.808 euros para 359.497 euros.

Já no mercado de arrendamento, o sentido é inverso, com uma quebra de -17,7% vendo o valor médio passar dos 1.353 euros para 1.113 euros.

Com oscilações bastante profundas dependendo dos distritos visados, vemos Portalegre com -42%, Faro com -31% ou Évora com -20%, seguidos de Braga e Porto com -17% respectivamente. No mesmo período e em contra-ciclo, Beja observada um crescimento de 19%, colocando os distritos onde é mais económico arrendar sob a atenção de muitos interessados neste sector em específico.

Fonte: Diário Imobiliário