17 de Maio, 2019 rcruz

O mundo da nova construção em Portugal

A construção nova está a renascer em Portugal. O número de edifícios licenciados de obra nova tem vindo a disparar, a par dos licenciamentos para reabilitação. Resultado: mais oferta de prédios e casas, num momento em que a procura está em alta e há falta de produto no mercado para dar resposta. Este fenómeno é geral ao país, mas mais evidente na Área Metropolitana de Lisboa (AML), com novos empreendimentos a pintar a região da capital. (Quase) diariamente chegam ao mercado informações de novos projetos de promoção imobiliária.

O mercado de imobiliário para habitação terá movimentado perto de 25 mil milhões de euros no ano passado. E este ano, a previsão da CBRE aponta para um aumento da oferta em Lisboa, que deverá duplicar.

A nova construção está a ser mesmo a nova onda do imobiliário. De acordo com Francisco Horta e Costa há e haverá “cada vez mais promotores a irem para zonas um bocadinho mais descentralizadas, mas ainda perfeitamente dentro dos limites das cidades, para produzir produto não só para venda a preços mais acessíveis, mas também prédios de construção nova para arrendar”.

A falta de produto é gritante e a sua convicção é que, “finalmente, está a começar a haver mais oferta a vir para o mercado”, antecipando, porém, que “2019 não vai ser um ano em que essa oferta vai ser massiva”. “Mas a partir de 2020 e 2021 vamos ver mais produto”, segundo o diretor-geral da consultora.

Os números confirmam esta tendência. No total do ano de 2018 foram licenciados 22,1 mil edifícios e concluídos 15,0 mil edifícios em Portugal, o que corresponde a aumentos de 18,5% e 16,1%, respetivamente face ao ano anterior (+9,9% e +22,1%, pela mesma ordem, em 2017), segundo os últimos dados disponíveis do Instítuto Nacional de Estatística (INE).

E os edifícios licenciados na Área Metropolitana de Lisboa, de acordo com as informações veículadas em março passado, representaram 15,5% do número total do país, correspondendo a 19,6% do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar.

As estatísticas das obras licenciadas para construções novas e reabilitação referentes a este ano ainda não foram divulgadas, mas tudo indica que a trajetória continua a seguir em alta.

Desde a zona da Alta de Lisboa a Alcântara, passando pelas Avenidas Novas, Amoreiras, ou pelo centro histórico, até aos arredores da capital, em Carnaxide ou Miraflores – ou mesmo na margem Sul do Tejo, por exemplo, em Almada – são constantes os empreendimentos que têm vindo a ser dados a conhecer, com novas casas à venda. E alguns deles a gerar polémica, como é o caso do arranha-céus projetado para a antiga Portugália, na zona da Almirante Reis.

A maioria da nova oferta tem surgido no segmento residencial de alta gama, ou até mesmo de luxo, ainda que existam já alguns projetos orientados para a classe média. Mas o mercado reclama, ainda assim, um reforço de prédios com casas à venda para famílias. A grande parte dos imóveis em construção vende-se ainda em planta.

E com os preços em alta, chegando a registar-se subidas na ordem de 80% em bairros trendy como Marvila, há ‘pérolas’ no centro da capital. Em Carnide e no Lumiar, as casas novas são mais baratas dos que as usadas.

 

Fonte: Idealista